Ah, Fulô de Caroá
Ah, minhas Fulô de Caroá !!
Outras mais bonitas
No mundo, com certeza não há !
Teus cheiros e tuas cores e tua alegria que me atravessam os músculos
E me fazem sangrar versos por dentro de mim
O teu nascer é rebeldia nobre de beleza singular
A tua cor dança e ilumina e encanta
A tua grandeza irradia sempre
Volúpia de poesia colorindo todo lugar
É folia no sertão
Quando elas começam a brotar
E colorir com seu perfume
os ares de todo dia
essa agonia que me causa
Estado de Poesia
Essa tal Fulô não tem preço
Nem aqui e nem nenhum outro lugar
Essas Fulô tem seu valor
que tão poucos olhos
podem enxergar
Mas muitos outros corações
de simples almas que Pulsam
diante do teu sorriso
em cores a matizar horizontes
Para outros poucos seres viventes
Que da poesia fazem seu alimento,
seu alicerce e seu alimento
E que semeiam aos ventos
Sua canção em forma de caminhada
E compõem com versos
Em formas de orações
És Fulô que rompe e rasga
os muros e paredes de todo silêncio covarde, ordinário, trivial e vulgar
E o gozo de tua existência
transcende os bolores cinzas desbotados que nutrem
os úteros dos caretas plantonistas adoradores de deuses bastardos ovacionados pela ganância de lucros desmedidos
Ah, Fulô de Caroá
Teu perfume que pulsa em meu coração
me alucina de corpo e alma
E me anestesia por inteiro
Diante de tua estúpida e rara Beleza
Tinge minh'alma me fazendo sorrir como menino
Ah, tua Boniteza rasga meus silêncios
Ah, Fulô de Caroá
Dos teus fios que não só tecem
aiós, esteiras, cordas e redes
Tecem também com teus perfumes os meus rastros pelo mundo a fora !
Meus caminhos tortos
e meus tropeços marginais
que se pluralizam como delírio
perto das saudades que sua ausência me causa!
No vasto tecido da minha vida
Na lida das minhas idas e vindas
Nas minhas marcas e cicatrizes
Das minhas dores e alegrias
Dos meus prazeres e das minhas folias
Teus matizes só me fortalecem
Tuas cores só engrandecem
A nobreza de todo amanhecer
de cada mulher e de cada homem que da vida sabe fruir
poesia
De cada menina
De cada menino
Na labuta do seu dia a dia
Ah, Fulô de Caroá
Tua sina e teu destino
me tornam homem a tecer como uma canção o meu caminhar em busca de inteireza
A sentir o perfume das tuas cores, as texturas de tuas Fulores
Por onde eu possa esculpir meus sonhos com a sabedoria
das tuas lições
Sem distopia
Sem agonia
E poder sorrir sempre contigo
Alumiando os meus destinos
com o clarear dos teus cheiros
com o ecoar de tuas cores
Na comunhão dos nossos instantes
Perante as ventanias singulares do tempo que arrepiam
os nossos dias no sertão
Ah, Fulô de Caroá
Colore a ar que eu respiro
Tonalizando as vertentes do meu existir
com as nuances de tuas Bonitezas!
Ah, Fulô de Caroá
Celebro com o teu silêncio
de saber ser Fulô
com meu jeito de ser
irradiando as tuas Belezas!