GEO
De vez em quando
sinto uns pesares
são dores que passeiam
por certos lugares
no meu submundo
Os poluentes
vão tomando conta dos ares
flechando os pomares
até que a mata fique seca
e o que resta aos olhares
é um choro
onde uma lágrima escorre
verde-clara, rala
sem musgo
ciscos batem sem asas
É tanta lorota
chacota
verso sem prosa
que minha calota poética
faz calo polar
ecoa em mim um urso que urra
cada vez mais escasso
sem espaço
Se é que palavra tem mote
também tem ar
que jorre então oxigênio
por todo lugar
Geo nessa escrita
é uma floresta que berra aflita
cada letra que canto
deitada é machadada
cai e morre
por e pela vida