O CADÁVER DEITADO

As laranjas crescem nos fios dos meus cabelos

e trazem sangue em vez de caldo

Minha voz não saiu, foi como o cadáver

deitado sobre o? o som

adormecido na garganta.

Estou no elevador

infernal que desce através dos céus espinhosos.

A profundeza que anda me leva por cidades

cujos habitantes enlouqueceram, e de tanto

matar assistem asassinos mergulhando

nos buracos da lua.

Dos meus poros saem mãos

que acenam sempre que fujo.

A preguiça me leva a afastar

os esforços pois estou aonde apenas

o desespero faz trabalhar. Aqui faço

planos, uma forma de enganar a quem

me vê assim maltrapilho.

Não cometerei

atos dignos e fugirei das velhas que

esperam alguém para atravessar a rua.

As ondas do mar são meus cabelos

mas o elevador é infernal, não é?

ou será orgia o vampirismo terrorista

que me prostitui na fome porque a fome

adocica o sexo? Então subirei

ao céu nervoso com o sexo arrancado

sangrando na mão