Sólida Invasão

Tu que me invades sem permissão

Permita-me que eu invada

Teu presente tempo sem previsão

Teu calor solúvel

Tua rua solidão

Sem bula e sem prescrição

Permita-me assentar

Todo pedaço de teu chão

Permita-me eu aquecer

Teu dorso em meu colchão

Permita-me acender

O que em ti é escuridão

O que em mim te pertence

Os óculos, o pente

O cristalino de minhas lentes

Os vícios de meus vultos

Imaginários de minha mente

Invade-me por inteiro

Inalando minhas provocações

Grafitas minh'alma

Em todas as tuas pichações

Com teus lábios coloridos

Fazendo-me perder o juízo

Na casa em que tu moras

No bosque dos meus abrigos

No bar em que tu bebes

A lágrima dos esquecidos.

Fasa
Enviado por Fasa em 20/06/2023
Reeditado em 20/06/2023
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