Dezesseis ao Dezenove
De novo eu tô atrás do volante chorando incessante
Ninguém pra ajudar
De novo eu tô acima do peso e meu maior desejo é
Ninguém notar
De novo to perdida na vida
Tô com tanta dívida a se acumular
Mas tô dormindo bem
Eu tenho um pôr-do-sol
Tô enfrentando meus demônios mas
Não paro de chorar
De novo o corte que me traumatiza
Aquela visita que fica a pairar
De novo outras palavras tranquilas
E novos amigos que vou desperdiçar
E me afastar
Eu só queria dessa vez não ficar no modus operandi
Fazer alguma coisa que me move
Não ser tão burra, ingênua e louca
Dos dezesseis aos dezenove.
De novo sinto o vazio no peito
Não consigo a pestana, todos riem de mim
De novo eu tô falando bem sério
Mas que poesia dá verdade no ser?
De novo eu choro e acham engraçado
Eu mudo o sapato, o jeito o viver
Mas cansa tanto fugir disso tudo
O posso somente, a raiva vencer
Eu só queria dessa vez acreditar mais em mim
Respirar e crescer, saber tomar conta
Dizer menos não e mais sim
Ter algo maior que me console
E pelo amor de Deus não sofrer tanto
Como dos dezesseis aos dezenove.