Palavras

Não tire de mim as minhas palavras

Elas são muito importante para mim

As criei em um momento inesperado

E merecem todo o cuidado do mundo

Não tire de mim as minhas palavras

São a minhas armas mais mortais

Não costumam matar fisicamente

Porém são capazes de quebrantar uma pessoa

Não tire de mim as minhas palavras

Meu tesouro mais precioso

Elas definem quem eu sou

Como devo agir

Como devo pensar

Como devo prosseguir

Não tire de mim as minhas palavras

Minha liberdade de expressão

Não proíba a minha maneira de demonstrar

O que se passa em meu coração

Se acumulam na minha mente-abrigo

E quando escritas se tornam um perigo

Não existe nada mais perigoso

Do que as palavras que saem do coração

Elas são como uma navalha afiada

Capaz de quebrar toda uma razão

Escritas em meu caderno

Interpretando o mundo moderno

Minhas palavras podem ou não conter rimas

Sou eu quem as vai escrever

E não preciso de qualquer outro motivo

Para revelar o que tenho a dizer

São as minhas palavras

Minhas únicas palavras

São capazes de construir

São capazes de destruir

São capazes de inventar

São capazes de alegrar

Não procurando a solitude

E construindo a juventude

Posso escolher ensinar

Ou simplesmente reinventar

Reinventar o conhecido

Reinventar o desconhecido

Reinventar o moderno

Reinventar o eterno

Posso não ter a razão em escrever

E nem pra isso preciso lhe dizer

Faço isso por amor

Somente amor

Sem amor não sou ninguém

E com as minhas palavras eu vou além

Minhas palavras são tudo para mim

E por elas eu vou até o fim

E em minha escrita desestruturada

Vou mostrando a minha arte inventada

Posso escolher rimar ou não

Mas não posso esconder o que há em meu coração

Minha alma de poeta

Minha alma de escritor

Minha alma avassaladora

E encantada por amor

Minhas palavras são tudo para mim

Não tire as minhas palavras de mim

Sei que esperam que eu siga as regras

As regras da verdadeira escrita

Mas isso não faria sentido

Minhas palavras, minhas regras

Nunca haveria livros se não houvesse a escrita

Nunca haveria a escrita se não houvesse escritores

E nunca haveria escritores se não houvessem as palavras

Sou eu quem escolho como vou escrever

Descrever

Reescrever

E de novo, e de novo

Até encontrar o meu novo saber

Não tire de mim as minhas palavras

Elas são o meu mundo

Meu amor

Minhas palavras

Somente minhas

E de mais ninguém.