Madrugada

É no silêncio da noite

Na sua hora calada

Que o pensamento...

Voa leve e solto.

Sobe nas paredes...

Do quarto, da sala.

Passeia pela casa...

Senta à mesa.

Escorrega nos azulejos...

No box do banheiro.

Pula no sofá...

Liga o som e a TV.

Abre o livro e não lê.

Rabisca no papel...

Bobagens em versos.

Com os olhos semi-abertos.

Acende o cigarro...

Solta um pigarro.

Olha pela janela.

Escura inquietude.

Balança na rede...

Voltas e revoltas.

Breves notas soltas.

Aumenta o som.

A música tranqüliza.

Ameniza as feridas.

Pensa na vida...

O que há de ser?

Que farei de mim?

Bocejo e escrevo.

Aos trôpegos...

Abraço o travesseiro.

Adormeço só no corpo...

O pensamento distante.

Continua no sonho...

Seu vôo faceiro.

Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 17/12/2007
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