Limites

Às vezes, vejo-me a considerar

Que o corpo é limite.

Fardo.

Meus limites exasperam-me,

Então.

Fronteiras físicas, intelectuais,

Os limites mundanos.

Ainda que temporárias.

Quero extrapolar,

Não consigo.

Outras tantas vezes, nada quero.

Esse nada querer leva-me

A um outro querer:

O de abstrair-me, até o invisível.

Entretanto, há uma rotina a seguir.

Compromissos que não podem

Ser adiados.

Tanto o limite positivo,

Quanto o limite negativo.

Impõem-se,

Inexoravelmente.

Não é possível

O mais-ser.

Tampouco o menos-ser

Naquele momento.

E apenas sou.

Sendo o que é preciso

Ser.

Embora,

Às vezes,

Farta de mim mesma.

Maria da Glória Perez Delgado Sanches

Membro Correspondente da ACLAC – Academia Cabista de Letras, Artes e Ciências de Arraial do Cabo, RJ.

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