Ilusões
Ilusões
Lentos são os dias em que o pensamento se demora
Esquecem-se do tempo, a cada pulsação da hora
Vivem dentro de mim nem sei bem onde estão
Se na mente ou perdidos algures no coração
Fecho os olhos para pelo menos os guardar comigo
Para que façam de mim o seu porto de abrigo
Não os entrego por nada nem a mais ninguém
São meus e sou eu que os carrego calada também
Por isso na solidão pinto os olhos com o pincel das pestanas
Na penumbra das pálpebras vivem estrelas insanas
Noites de fastios com as poeiras da constelação
Frios doridos com as areias da imaginação
E por entre a ilusão dourada nos lençóis onde me deito
Aconchego - me nos sonhos que me adoçam o peito
Luísa Rafael
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Porto, Portugal