Ilusões

Ilusões

Lentos são os dias em que o pensamento se demora

Esquecem-se do tempo, a cada pulsação da hora

Vivem dentro de mim nem sei bem onde estão

Se na mente ou perdidos algures no coração

Fecho os olhos para pelo menos os guardar comigo

Para que façam de mim o seu porto de abrigo

Não os entrego por nada nem a mais ninguém

São meus e sou eu que os carrego calada também

Por isso na solidão pinto os olhos com o pincel das pestanas

Na penumbra das pálpebras vivem estrelas insanas

Noites de fastios com as poeiras da constelação

Frios doridos com as areias da imaginação

E por entre a ilusão dourada nos lençóis onde me deito

Aconchego - me nos sonhos que me adoçam o peito

Luísa Rafael

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Porto, Portugal

Luísa Rafael
Enviado por Luísa Rafael em 17/06/2023
Código do texto: T7815678
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