As drágeas
As drágeas
Dos sinos incandescentes
Cantam seus trinos
Em melodias inocentes
O dia se renova
A cada dia
Com nova cota de gente
Que nasce chorando
E logo tem dente
Que vive sonhando
Nem sempre contente
Às vezes é são
Muitas vezes demente
De índios bravios
Somos descendentes
Os negros escravizados
Eram atados com correntes
Nascendo e morrendo
Ninguém fica para semente
O mundo tem duas partes
Ocidente e Oriente
Cabelo despenteado
Se arruma com pente
No batalhão de soldados
Tem sargento e tem tenente
Viver sem ter amor
Quero ver quem tente
O poema é como a vida
E se acaba de repente