Ao vento
Ao vento
Correm os meus fios de cabelo pela face
Na areia da minha pele num doce enlace
Passeia a minha mente num carrocel de ilusões
Quando pára lentamente se abeira em decepções
Ai, vento leva-as para trás para que eu não as veja de tão perto
Senta-te aqui à minha beira com as lágrimas do deserto
Leva-as também para local ermo e desconhecido
Para que se percam para sempre e não venham ter comigo
Já que vais leva as dores amargas dos meus risos
Os amores que em ziguezagues são caminhos indecisos
As saudades que me vestem os sentidos da visão
Os dias feridos que abafam o meu triste coração
Ai vento, se tu fosses o desejo que eu queria
Dava-te um beijo e fazia contigo poesia
Luísa Rafael
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Porto, Portugal