O Nordeste em festa
No sertão do Nordeste, em noite de São João,
Brilham fogueiras ardentes, na dança da tradição.
O forró embala os corações, a sanfona a cantar,
O povo se agita e alegria está no ar.
No balanço do xaxado, o pé não para de dançar,
Mulher rendada, vestido de chita, a beleza a brilhar.
As quadrilhas se formam, passo a passo a ensaiar,
Os pares se entrelaçam, o amor a se revelar.
A fogueira crepita, chama viva que aquece,
A alma sertaneja, a fé que prevalece.
Milho verde assado, canjica a borbulhar,
Mungunzá e pamonha, sabores de se deliciar.
O cheiro do café coado, mingau de milho a fumegar,
No calor da fogueira, histórias a recordar.
Lendas e causos do sertão, na voz do repentista,
Versos que ecoam, noite afora, na melodia resistente.
São João, padroeiro do Nordeste, a nos abençoar,
Pedimos chuva mansa, pra terra a regar.
A seca castigou, mas a esperança se renova,
No São João nordestino, a fé é nossa prova.
No coração do povo, a alegria é constante,
Mesmo com as agruras, a festa é importante.
São João, santo querido, festejado com fervor,
No Nordeste vibrante, és o nosso grande amor.