Enquanto poesia, existo...
Eu existo na poesia dos ventos, da neblina e da garoa
Existo nos risos, nos choros e nos amores
Do garoto, da garota, da pessoa.
Entre os cantos, as danças e as cores.
Existo no discurso, na política, na ideologia
Nas culturas, nas teorias, na democracia
Na liberdade, na equidade, na anarquia.
Eu existo no agora, no hoje, nesse instante
No devir, no inconstante
Existo enquanto essa metamorfose ambulante.
Existo no ontem, no passado, na memória
Na perda, no luto. No inevitável.
Na conquista, na vitória
No vazio, no rasgo. No irremediável.
Às vezes respiro arte, às vezes transpiro filosofia
Nem sempre existo em ciência, mas sempre vivo na poesia.