AO CAUÊ

Meu Cauê, se eu pudesse,

Se algum poder tivesse,

Não te veria sofrer...

O teu cimo desabando

Ferro em lágrimas rolando

Das escarpas a correr...

Teu sofrer resignado,

Teu silêncio abnegado

Dão-nos bem uma lição:

Tua vida se acabando

As indústrias aumentando,

És do mundo a redenção!...

Itabira,

Eu me alegro, mas padeço,

Minha terra,

Sou feliz, mas não esqueço

Itabira

Que o Cauê é tua glória,

Teu passado, tua história

E sofro ao vê-lo ruir

“O maior trem do mundo transporta a coisa mínima do mundo: meu coração itabirano “

Carlos Drummond de Andrade

Linandre
Enviado por Linandre em 16/12/2007
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