À tardinha
À tardinha
Repousa o sol ténue da quente tarde cansada
No lençol de água por entre a luz e a sombra calada
Flutuam pétalas esquecidas na esverdeada corrente
Na frescura enamorada que te traz à minha mente
As margens acolhem com o seu perfume o lugar onde me sento
Abrem alas de paz com uma essência floral ao vento
Pássaros são na natureza coro musical de melodias afinadas
Embalam a leveza do meu ser que paira ao ar e pousa nestas águas
Nada se passa para que assim a ti docemente me entregue
Num silêncio que nos resguarda e abraça carinhosamente ao de leve
Até a floração rosa eleita que de mim se abeirou
Apenas espreita curiosa sem saber para onde o coração voou
E o fulgor do dia vai caindo lentamente no meu regaço
Como se fosse o teu amor a ocupar com alegria esse espaço
Luísa Rafael
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Porto, Portugal