As vozes dos Padulas
O que se odeia no povo
É o seu riso resiliente
Apesar do salário que não chega
O que se odeia no povo
É essa teimosia em felicidade
Mesmo sem ter o amanhã
O que se odeia no povo
É o povo não pensar no amanhã
Há outra saída?
O que se odeia no povo
É essa risada fugidia
Ainda que sardinha em lata
O que se odeia no povo
É a economia pra garantir o gás
Essa felicidade ingênua
O que se odeia no povo
É esse povo ter direito ao sol
Mesmo sem dentes pra sorrir
O que se odeia no povo
É aquela sandália gasta no aeroporto
Essa teimosia em se achar gente
O que se odeia no povo
É a bolsa barata, o couro ilegítimo
A farofa na praia, o frango assado
O churrasco, a cerveja
É a sua existência, a sua insistência
Morre povo!
Eu te mato, por que tu não morre?!
(Inspirada em Fernando Padula e no áudio vazado)