Sou Metáfora das Ventanias
Sou pipa dançando ao som das Ventanias
Sou metáfora fora da ordem
dos corriqueiros de plantão
Nas esquinas e veredas
insossas e desprovidas de Extesia
Sou pipa rebelde
Que dança sob os ritmos que pulsam de dentro
Sou pipa - pássaro
que faz curvas dançando
como a areia do Saara em dilúvios solares
Sou pipa em cores
Derramando perfumes pelos caminhos que componho
Sou pipa aventureira
Treiteira que comunga com os versos marginais nos muros sujos do suor de toda gente
Sou pipa transgressora
Ousada e maltrapilha
Rebelde e andarilha
Não tenho medo e nem covardia
Traço os meus traços com a rupturas das linhas curvas
Ondulares
Não tenho atração por linhas retas
Onde sub vivem à míngua os viciados em procrastinação
Sou pipa vadia
Que se nutre da poesia que cada quilate de solidão evade
Pelos corredores do mundo
Sou pipa esvoaçante
Sou pipa dançante
Sou pipa que se dilui na imensidão do céu
Que brilha e arde em mim
Em cada um de nós
Preciso do canto das Ventanias
Preciso o cheiro dos Passarinhos
Preciso de água do sol pra
Existir
Sou pipa matizada com as texturas das silhuetas do verão
Nos sertões com os beijos das Caatingas
Tatuadas em mim
Como cicatrizes do êxtase
de Existir
Em pleno e inexato
Estado de Poesia