É nas palavras que existo

Início do anoitecer e no céu pintada uma paisagem difícil de esquecer.

Um coração palpita apreensivo, prevê o encontro que está para acontecer

De repente percebo calado, parado à minha frente me encarando

um olhar fugaz que já não reconheço parece que está me estranhando

Esta figura não transmite nenhuma alegria, despede-se a felicidade

Já sei pelo seu olhar que é uma despedida e só me restará a saudade.

As despedidas não são bem-vindas, elas preenchem o coração de dor

E a dor queima profundamente letal quando ainda existe meio amor.

Sou arrebatada por uma vontade infinda de escapulir, de viajar

para onde o sentimento de perda não consiga me alcançar.

E o meu peito inquieto suspira e procura um abrigo invulnerável

Navego através da imaginação disfarçada de poeta imperturbável

Não minto, só crio realidade que não vivo, não desisto, insisto

na fantasia criada, da tristeza me escondo, pois é nas palavras que existo.

Umbelina Marçal Gadelha

Umbelarte
Enviado por Umbelarte em 10/06/2023
Código do texto: T7809870
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.