A centelha resistente do sonho
Nas brumas densas da noite de agonia,
Meu ser se afoga em sombras de tristeza.
O negro véu envolve esta vida árdua e fria,
E o mundo, em trevas, verte a sua avareza.
Sob o manto escuro da escuridão sombria,
Vago sem rumo, perdido em tantas incertezas.
A dor acende uma fogueira e me faz companhia,
E a tristeza flui, em meu sangue, suas correntezas.
Ó alma pálida, sem cor e sem alento,
Na escuridão da vida vagueando a esmo!
Encontras abrigo no peito do tormento?!
Mas, mesmo em meio ao insano e lúgubre extremo,
Há uma centelha de luz no sótão do meu pensamento,
Pois o sonho ainda vive em meu ser sereno e pequeno.