CORPO
Teu corpo descanso
parada obrigatória
do meu
porto onde soluciono
os estragos das procelas.
Navio de embalos
onde ressuscito
horizontes quinhentistas.
Descbridor do meu
é o teu corpo-indígena
areia escaldante
que maltrata o meu
como a isca ao peixe.
Ilhas de verdes palmas
que sombreia minha cintura
quando nos tocamos
ao sol da meia noite.
Teu corpo-sossego
para o meu navegante.
Bússula é teu corpo
frente ao meu sem norte
(e sorte).
Abismo que imerge
o meu corpo de náufraga
esquecida da terra firme.
Corpo-de-mar é o teu
que o meu salga
com estrelas e águas vivas.
Corpo-de-praia na praia
da minha loucura
esparramas ondas de desejos
onde eu rocha-desfeita
recebo aberta e nua
a maré do teu beijo.