Abandono

A noite nunca mais caminhou de mãos dadas com os sonhos;

E de tantas estrelas eu não escolhi uma pra brindar;

E os finais são somente finais e os começos sem força de chegar.

As vezes eu lembro de quando eu estive lá;

Assistindo a poesia, do meu quarto a janela aberta;

Do desejo inquieto d'outros laços;

Do violão, amigo, tagarela.

As vezes, vem a saudade, mas logo vem o temor, logo vem a decisão a ser tomada, logo vem a solução menos perdida e a poesia a ser guardada.

Logo vem o silêncio do sorriso; o gole seco engulido; a performance do monte inabalado.

A morte, que em mim corte, escondido.

A sorte, que a outro, invisível e ao lado.

Cláudio Ayres
Enviado por Cláudio Ayres em 07/06/2023
Código do texto: T7807550
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.