Abandono
A noite nunca mais caminhou de mãos dadas com os sonhos;
E de tantas estrelas eu não escolhi uma pra brindar;
E os finais são somente finais e os começos sem força de chegar.
As vezes eu lembro de quando eu estive lá;
Assistindo a poesia, do meu quarto a janela aberta;
Do desejo inquieto d'outros laços;
Do violão, amigo, tagarela.
As vezes, vem a saudade, mas logo vem o temor, logo vem a decisão a ser tomada, logo vem a solução menos perdida e a poesia a ser guardada.
Logo vem o silêncio do sorriso; o gole seco engulido; a performance do monte inabalado.
A morte, que em mim corte, escondido.
A sorte, que a outro, invisível e ao lado.