A Queda do Humano
Risos histéricos ressoam rudimentares
No palco etéreo desta psique perturbada
Late o Cão Andaluz as 3 da madrugada
Os anjos olham e suspiram pelos pesares.
Durmo nas sombras, mas não é eterno.
O beijo de Thoth me arrasta para claridade.
É tão claro. Dói de tão clara a realidade
Tão clara quanto as chamas do inferno.
Ouço uma voz, mas ninguém está.
Procuro, confuso, uma explicação.
Mas toda busca é sempre em vão,
Não falta aqui nada que haja lá.
De louco fui chamado por ser ao contrario
Se estar louco é pensar na contramão
O que define a loucura é a percepção
E tal limite humano é totalmente arbitrário.
Não, sou apenas um pensador triste
Que pensa demais no sentido do mundo
A setecentos devaneios por segundo,
Refletindo sobre tudo que existe.
Mas não me preocupo mais com o além.
A única certeza que temos para nos sustentar
É que só nos mesmos podemos nos salvar
E mais nada o poderia, nem ninguém.
Somos senhores solitários de nós mesmos, e está tudo bem.