De repente

De repente

De repente um olhar meu partiu à descoberta do outro

E não é que o descobriu pousado no seu num amor louco?

Já se tinham enamorado antes mesmo do quente coração

Foram semente de um fado que já os unia docemente na imaginação

De repente um olhar teu se vestiu com a cor angelical

do céu

Num azul celestial inocente beijou de amor o carente meu

Olhos nos olhos nos encontramos e simultaneamente nos perdemos

Nas entrelinhas nos amamos e docemente nos surpreendemos

De repente tudo muda com a chave do olhar que abre a porta da ternura

Retiram-se as trancas de um coração ferido em profundidade e alma pura

Abrem-se janelas às correntes de ar para deixar entrar os ventos da paixão

Florescem as sementes dos sentimentos no jardim dos olhos em floração

De repente o meu olhar é lua nova de tão perdida e cega

É estrela cadente caída que por mim passa e me carrega

É alvorada a raiar quente com o seu astro ao centro

Com um brilho a espelhar o sentimento que vive alegre cá dentro

Luísa Rafael

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Porto, Portugal

Luísa Rafael
Enviado por Luísa Rafael em 05/06/2023
Código do texto: T7806050
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