Que saudade daquele moleque,
que vivia dentro de mim,
não pensando no que sentia ou queria,
Saudade daquele pequeno,
afoito, perdido, sem noção,
olhando pro mundo sem pedir licença,
fazendo as coisas só do seu jeito,
sem dividir isso com ninguém.
Saudade daquele começo,
sem culpa, medos, dúvidas,
sabia tudo de mim, até o meu preço,
dedilhava nos meus segredos quando bem queria,.
Saudade daquele cara que foi embora num tempo qualquer,
sumiu sem deixar rastros, nem sombras,
sumiu sem dar adeus, nem nada mais.
Mas um dia ele volta pra mim, volta sim,
cavalgando nos meus becos e farrapos,
pedindo um colo quente, um olhar terno,
assim retomaria ao seu posto, à sua matiz,
trazendo toda vida fugida,
nos chãos em que me untei.
 

Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 05/06/2023
Reeditado em 05/06/2023
Código do texto: T7805739
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