Dá-me amor

Dá-me amor

Não me dês palavras que essas só foram mágoas e solidão

Nem perfumes etéreos orvalhados de letras em plena suspensão

Não me dês os mistérios dos teus silêncios com as poeiras do meu desespero

Nem me ponhas em prateleiras de esperas sem calor nem sequer esmero

Dá-me uma vida para vivermos o tempo da idade lado a lado

Um leito de cumplicidade de peito no peito apertado

Os teus cabelos brancos no meu ventre de acolhimento

As rugas onde caminham os beijos pelos recantos do sentimento

Dá-me amor com o prazer eloquente da tua satisfeita presença

Faz-me sentir a mulher que na vida foi de todas a eleita pela diferença

Palavras só as quero afogadas dentro da minha quente boca

Leves e aprimoradas no sentimento pela nossa imaginação louca

Mostra que tens arte pura e conquista novamente o amor que já te dei

Até lá quem acredita da tua parte no amor, sinceramente eu não sei

Luísa Rafael

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Porto, Portugal

Luísa Rafael
Enviado por Luísa Rafael em 03/06/2023
Código do texto: T7804669
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