Dá-me amor
Dá-me amor
Não me dês palavras que essas só foram mágoas e solidão
Nem perfumes etéreos orvalhados de letras em plena suspensão
Não me dês os mistérios dos teus silêncios com as poeiras do meu desespero
Nem me ponhas em prateleiras de esperas sem calor nem sequer esmero
Dá-me uma vida para vivermos o tempo da idade lado a lado
Um leito de cumplicidade de peito no peito apertado
Os teus cabelos brancos no meu ventre de acolhimento
As rugas onde caminham os beijos pelos recantos do sentimento
Dá-me amor com o prazer eloquente da tua satisfeita presença
Faz-me sentir a mulher que na vida foi de todas a eleita pela diferença
Palavras só as quero afogadas dentro da minha quente boca
Leves e aprimoradas no sentimento pela nossa imaginação louca
Mostra que tens arte pura e conquista novamente o amor que já te dei
Até lá quem acredita da tua parte no amor, sinceramente eu não sei
Luísa Rafael
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Porto, Portugal