Refúgio

Vasculho o âmbito de minhas lembranças

e cogito as fantasias que habitam a minha memória

enclausurando-as a salvo de relembranças.

Avessa ao ócio navego nas ondas do pensamento

por oceanos agitados, por vastas esferas e

tudo parece vago ao meu espírito e cismarento.

Desejo o horizonte alcançar e tento me aproximar,

percebo não ser o bastante, pois os sonhos dissipam-se

por entre fios de esperança, e eu não os consigo alcançar

Viro-me pelo avesso e embrenho-me no meu infinito.

Prevejo um eu dividido, um eu triturado por labaredas

elétricas de um fogo abstrato que me geram conflito.

Nos instantes extremos eu tento afugentar a dor

o medo, as angústias, as dúvidas, as meias verdades...

e no contratempo do entretempo me refaço e afugento o pavor.

Umbelina Marçal Gadelha

Umbelarte
Enviado por Umbelarte em 03/06/2023
Código do texto: T7804135
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