A natureza já abraçou

Aquela sua caneta colorida

As meias que estavam sempre fedidas

As vossas, nossas camisinhas

Os santinhos dos políticos que estão sempre fedendo

Aquelas folhas de caderno que você amassou e jogou na lata

A própria lata

Com os seus erros de matemática e também os de português

O passado da humanidade inteira

Em camadas e camadas

A conta-gotas de sabedoria

Nunca tudo de uma vez

Desde a Mesopotâmia

até à Argentina

E tem os aqui de Bicas

E dizem que essas cadeias precisam ser alimentadas

Que a natureza resiste às nossas incapacidades teóricas e práticas

Mas por que não viram cinzas de uma vez??

Por que não são incineradas com o resto do lixo humano??