São as mãos
Que eu olho
Que eu sinto
Quando o meu cérebro as reconhece como minhas
Seus rabiscos nas palmas
Que eu bato tão pouco
Mais pra mim mesmo
Seus defeitos, se é que podemos chamar de imperfeito
Sua aparência discretamente andrógina
Igual à do seu dono
São as mãos que eu uso todo dia
Toda hora
O meu cérebro se concentra nos dedos
Pra dizer o que eu penso
O que eu sonho
Ou imagino
O meu destino
Por esses versos feios
Sem estrofe
Só com os meus sentimentos,
Sentidos
Que eu odeio tanto o tempo
Porque eu amo estar vivo
E é pelas mãos
Que eu faço tudo
E poderia ser pelos pés,
Pelos outros
Não importa
O que importa é o objetivo
O caminho que é a vida