VERSOS PERDIDOS II

VERSOS PERDIDOS II

Poemas

São como flores

Não nascem

Em qualquer

Jardim...

E não perfumam

Qualquer alma

Carecem de razão

E às vezes não

Uns são indecifráveis

Até mesmo...

Para o mais exímio

Guerreiro das letras

Que digladia

Entre mares e flancos

E retorna derrotado

Pela escrita

Por que a poesia

É como azougue

Na palma da donzela

Quanto mais a buscamos

Ela se dissipa e se esvai

Das mãos...

Do indesistível pensador

E num esconderijo

Sob luzes foscas

Ele vislumbra um rosto

Mas que por hoje...

Seria inútil segui-lo

Ou tentar fitá-lo

É a poesia que repousa

Nos braços da inspiração

Enquanto na face do poeta

Rolam lágrimas noturnas

Que ele guardou...

Por uma estação inteira

Ah! Poesia – És a paz

A confortar os corações

Deste perpétuo mundo

És o carinho mais afável

Ou o sal a arder na ferida

És o adorno da felicidade

Ou simplesmente...

Amar com a coragem

Dum louco-suicida!

>> “Salve! A Musa e vida-longa aos Poetas” F.R.