Não ditas palavras
E ela dizia tudo em silêncio
Mordia cada pedaço de palavra contida,
rasgada no peito,
desenhada em folhas amareladas pelo tempo,
brotada na brevidade de um olhar
Assim, tudo ela dizia e nada poderia dizer
Acordava vontades adormecidas,
sacudia o coração inquieto
e cada palavra ébria que não dizia era uma onda,
lançada de encontro a penhascos insolentes
Nada diria...
Mas se algo pudesse dizer,
cada palavra surgiria dançando
na música melodiosa e triste da alma,
E o canto dos rouxinóis,
seria o seu mensageiro,
viajando num barco de papel a luz do sol