A noite dos sós

A cama á deriva rumava

O mar invadiu a casa toda

Em segundos o porto sumiu

Os pés não alcançam o chão

As mãos não tocam o céu

A solidão no quarto afoga-se

Pudera eu ser uma estrela

Do mar, do céu, na imensidão

Para te guiar para fora do quarto

Do cômodo, do incomodo

E bebemos o último vinho

E tintos ficaram nossos olhos

Secos de lágrimas e distâncias

Nós que pedimos aos santos

Em orações em latim

Que guardassem nossas almas

Das coisas tristes do viver

Que nos abundassem de risos

Que nos levassem a loucura

Presos dentro do quarto

A lua era crescente lá fora

A fúria em nossos dentes

A maçã nos nossos corpos

Fomos proibidos do paraíso

Vagamos pela terra prometida

O deus que nos fez

Nos esqueceu em uma esquina

Entre o ontem e o que virá

Milton Antonios

01jun/2023

milton antonios
Enviado por milton antonios em 01/06/2023
Código do texto: T7802967
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