NA VIDA ...
Não me peçam
para guardar tempestades
Será o mundo uma imagem/miragem
uma fotografia amarelada
onde um incêndio voraz
está a consumir
lentamente
Mas
ainda
quero correr o mundo
Tenho palavras guardadas
tenho pratos de Poesias
para oferecer aos que amam
Sei
da história passada
da história presente
sempre
fluindo num vácuo do esquecimento
ou da manipulação
Onde ficou a compaixão
Sei
também
de homens / terrivelmentes humanos
que caminham errantes
com lanternas que só iluminam seus pés
Como assim
Não podemos adoçar a lâmina
que nós fere e maltrata
Portanto
meus olhos navegantes
miram estrelas azuis
buscam novos horizontes / incansavelmente
Sei das asperezas
da vida
Mas
faço a boa luta
perscruto o macio da vida
Flutuo nos espaços da Solidariedade
da Justiça
da Ternura...
Intuo
que tempos melhores hão de vir
A minha loucura diz
que, ainda, se pode ser feliz
Minha gana de viver
aponta caminhos
e
o meu carinhoso coração
não me deixa na mão
Por isso
na vida
sigo tentando o maravilhoso
sigo andando
amando ... amando ... amando ...