MINHA PALAVRA
Minha palavra,
bem sei,
é pequena e fraca.
Mas sabe cortar
feito faca
toda forma de poder,
hierarquia e autoridade.
Ela não respeita polícia,
reis ou divindades.
É contra lei, subversiva,
e frequenta os piores muros e ruas
desta triste cidade.
Minha palavra é indigente,
marginal e satírica,
mas antes de tudo é telúrica,
pagã e onírica,
amiga incondicional
de toda escrita que canta
a liberdade mais nua
e tudo que é amoral.
Minha palavra é pedra lançada
contra a paz das vidraças
e conformismos das massas.