NOITES NUAS
Vejo minhas noites nuas de esperanças,
Com a estrela guia vagando vacilante,
À deriva, no breu caótico das lembranças,
Que transigem, por afeição angustiante.
Ouço minhas lágrimas frias, delirantes,
Verterem copiosas por face fossilizada,
Preservada na aurora de bons instantes,
Que inundam a dor, quiçá bem cicatrizada.
Sinto minhas batidas do coração acelerarem,
Com expectativas de ajustar os desamores
Indecisos, que deixei sem cuidados passarem.
Oportunidades postergadas: hoje meus horrores.
Vejo minhas nuas noites de perseverança,
Com a lua nova alumiando meu instante
De catarse, contrapondo a vil insegurança,
Que transmuta, por desejo bom, excitante.