Como te chamas?
Como te chamas?
Não sei se o teu nome astucioso é vento
Talvez porque sejas silencioso em movimento
Sabes essa avidez louca que beijas com a força da tempestade
É tumultuosa sem me beijar na boca a bem da verdade
Nem sei bem ao certo como por dentro te chamas
Mas tens cheiro de estar por perto porque o sentimento inflamas
E quando passas pelos teus quereres e eu estou pura no teu caminho
Sou apenas mais uma dessas tuas mulheres que nunca foram teu destino
Nunca te perdeste nos fios das sedas amenas do meu cabelo
Não os contaste um a um em poemas até perde-lo
Não tiveste a curiosidade de entrar nas labaredas do meu decote
Talvez aí tivesses trocado o azar pela sorte
E se não te chamasses vento que eu tanto gosto
Talvez te chamasses lágrima ou desgosto
Luísa Rafael
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Porto, Portugal