LÓ
Voltemos pela estrada sempre a mesma
Sob lua anciã, terrível, fria, bruxa
Do inverno errante, em tudo o mesmo algoz,
Os mesmos, nós também, sem terno adeus,
Sem paz que dure ou valha a pena e a fuga.
Voltemos, nem mais sábios nem mais ricos
Tropeço após tropeço além dos muros
Da glória por ruir, dum vir às cinzas
Tão nossas quanto o breu que nos acolhe,
Colina acima, à rocha, à hiante gruta
Que os anjos já partiram, somos poucos --
Ah, o medo ergueu estátuas da desgraça!
-- e o que era vão sob chamas passa, é nada.
Voltemos ao que sempre fomos, nus,
Sedentos, sim, sequiosos por verdade.
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