O Silêncio da Rosa

O tracejado dos dedos

sobre a linha do poema

imprime tatuagens - eternas -

de um momento único e singular:

um mote de silêncio

à se desvendar...

Cada palavra um sentimento,

cada letra um pensar

que não se revela mais:

um momento de sensatez

das asas desse cinzel

um calar dos ferros

de um ciborgue de palavras.

E mesmo as montanhas num horizonte distante,

enevoadas e úmidas de meu - ainda - respirar,

e as letras deslizando das pálpebras,

para a textura velha e amarelecida

de um diário secreto...

E, mesmo ali...

são os hieróglifos

das entrelinhas do poema

que desvendam e revelam

a alma e o coração da Rosa,

- ferida pelos teus espinhos -

recolhida - para sempre -

em seu silêncio de botões...