Janela de cima
E o matou naquelas noites
Enquanto na janela ele esperava
Vendo a penumbra, sua melhor companhia
Se aproximando e lhe abraçando de forma tão cruel
E as lágrimas que em seus olhos circundam
Só o levavam a doença que hoje o atormenta
E o silêncio daquelas noites que eram de morte
Se contratava com os minutos que ali ele esperava
A sua carne apodrecida e indefesa se lastimava
E, nos intervalos, enquanto ele ia a cama fechar aqueles malditos olhos
A mente perturbada o incomodava com o que ele assim previa
E, por isso, de forma quase lúcida, ele ia mais uma vez para aquela desgraça de janela.
E, por algum motivo, a sorte dele foi não ter pulado e dado um fim nesse episódio.