A realeza não é real

Quem tem sangue azul é barata (ou verde)

A realeza não realiza

Que a realidade não ratifica

O seu cetro de metal e o seu trono de mentira

O real não é um pedaço de papel que chamam de necessário e uma falsa hierarquia

Não há nenhum mérito para governar só por ser filho ou filha

Enquanto o povo paga para uma certa família

E os símbolos valem mais que vidas

E a humanidade continua a sua suja sina

E os sinos de ouro das igrejas anunciam

Um novo rei e uma nova bastilha

Não foi deus ou o povo

Mas eu sei que as cabeças rolam

Assim como as pedras

E que eu prefiro a simpatia do diabo

Do que desses padres e bispos

Do que desta corte de privilégios e ritos

Que nojo eu sinto do obscurantismo e suas trevas

De quem se veste com opulência

E que tudo não passa de delírios não-tratados

Enquanto os psiquiatras culpam seus pacientes

Que me perdoem os mais doentes

Mas, para ser sincero, o mundo dos humanos é apenas um velho hospício, um antro de lunáticos

Que continuem fingindo...

Cada terno é uma camisa de força

Até que acabe esse circo

E voltem, todos, a rodar em seus/outros círculos...