DORME CIDADE

Dorme cidade, esquece seus trancos e arrepios,

dorme pra esquecer seus acordes estranhos,

dorme pra esquecer quem lhe fez chorar.

Dorme cidade, salva seus frutos moídos,

dorme pra salvar suas rebarbas puídas,

dorme pra salvar sua razão atroz.

Dorme cidade, perdoa seus chãos tortos,

dorme pra perdoar aqueles tempos tão descabelados,

dorme pra perdoar os ventos ásperos que só faziam desencantar.

Dorme cidade, abençoa cada grão, cada sopro, cada senão,

dorme pra abençoar seus feitos, sua noção, seus quitutes tantos,

dorme pra abençoar Deus pra nunca te deixar morrer de vez.

Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 22/05/2023
Reeditado em 22/05/2023
Código do texto: T7794269
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