CÉU DE ÍCARO
Queria uma janela para o mar
Voar, ver as ondas marejar
Em alto-mar navegar
Em noites de luar!
E da minha janela
A amarinhar com ela
Sonhar nos braços dela
Luar de prata, céu de aquarela!
Queria ser a chuva no deserto
O grão de aveia molhado
Germinando calado
Amores no peito!
E quando florescer
E o deserto enverdecer
Peito arejado a resplandecer
Meandro a chuva no amanhecer!
Queria o sol aquecendo a tez
Transpirando a sensatez
Entregar-me una vez
Com mais solidez!
E assim o centralizo
No deserto mar vitalizo
Peito cheio de amor inciso
Céu de Ícaro, onde imortalizo
Na janela para o mar, o paraíso!
Edbento!