Selvagem
Tão bela/
Como a flor na primavera/
A escandalizar o tempo de estar/
Uma luz/
Que na escuridão vazia/
Se assevera/
Sob essa pele alva/
Como tema de luar/
Exilada num segundo/
Sob o drama/
Dessa poesia no olhar/
Como podes ser essa mulher/
Tão acesa e febril/
A transmutar nossa carência infantil/
Com a simples malícia no andar/
Como podes docilmente envenenar /
Excitar os olhos/
Sem ser vulgar/
Envolto nas tuas artimanhas/
Me pergunto atônito/
Por que derramas/
Os teus seios/
Em minha boca/
Não vês, que atitude insana/
Por uma noite apenas/
Te deixaras louca/
A gemer em minha cama/
Por que insistes em querer-me /
Se há facilidades noutros/
Não vês, que dessa cidade/
Eu sou apenas/
Um selvagem sem dono/