Jamais
Jamais
Jamais alguém sai ileso quando em essência magoa
E como ave que com o peso da consciência não voa
Porque deixar para trás indiferente quem chora
Carrega uma lágrima do que fez e não perde pela demora
Jamais a vida se esquece de uma história e lentamente retribui
Não precisa da memória do que aparentemente se dilui
Não é vingativa é apenas é tão somente a vida que segue
Um dia chega a cobrança de quem nela perdida deve
Jamais o caminho tem seta indicativa do passado
Porque esse se completa quando nos passa ao lado
O futuro tem a forma de um chapéu que seguramos no ventre
Um abismo ao léu que velamos com uma curiosidade demente
Jamais eu serei o que ninguém sabe
Nem eu sei nada do que vem, falando bem verdade
Luísa Rafael
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Porto, Portugal