Soneto de Meu Fantasma
Na ferocidade astuta dos meus dias
Eu teço versos como quem já vai morrer
Capitulando as Indomáveis fantasias
No ato bruto duma pena a escrever
Um ser imerso na esperança que definha
Tenho as mãos trêmulas do frio ao anoitecer
Eu vivo e sofro a frente de uma escrivaninha
E as parcas linhas que escrevo vêm dizer...
Sou um fantasma à noite languida que chora
Erguendo a pena que a escrever já se demora
Olhando o nada sem saber o que fazer
Que sou poeta, não um ser iluminado
Sou só mais um de coração dilacerado
Que em verso e prosa morre ao amanhecer
MARCANTE, Alexandre.
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