Soneto de Meu Fantasma

 

Na ferocidade astuta dos meus dias

Eu teço versos como quem já vai morrer

Capitulando as Indomáveis fantasias

No ato bruto duma pena a escrever

 

Um ser imerso na esperança que definha

Tenho as mãos trêmulas do frio ao anoitecer

Eu vivo e sofro a frente de uma escrivaninha

E as parcas linhas que escrevo vêm dizer...

 

 

Sou um fantasma à noite languida que chora

Erguendo a pena que a escrever já se demora

Olhando o nada sem saber o que fazer

 

Que sou poeta, não um ser iluminado

Sou só mais um de coração dilacerado

Que em verso e prosa morre ao amanhecer

 

 

MARCANTE, Alexandre.

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Alexandre Marcante
Enviado por Alexandre Marcante em 20/05/2023
Reeditado em 22/05/2023
Código do texto: T7793314
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