DESLIZES.
Por vezes,
Nas palavras que invento
Desnuda-me teu falar,
Em frases a contento.
E musical, soa-me em arpejos,
Tua entonação sussurrada
Segredando-me segredos
Desses, incontáveis,
Encantáveis, inflamáveis...
Testemunho teus deslizes,
E rio quando penitencia-te
Amando-me ainda mais.
Sofro, quando do meu riso
Nasce teu pranto.
Amo-te quando em saudade
Permaneces em mim.
Odeio-te quando tua ausência
É presença sem fim.
Desejo-te quando na escrita
Deitamos a poesia.
Enquanto a lua enlutada
Ilumina nosso querer,
Em noite encantada
Renasce esse amor
Que não aprendeu a morrer.
Elenice Bastos.