Insanidade
Eu tenho raiva daquele que grita
E pena de quem não sabe falar
Eu tenho ideia da fonte infinita
E ainda não sei como a executar
Eu tenho as veias cheias de ferro
E não sei o que vai me adiantar
Eu tenho o corpo fugindo do enterro
E a morte sabe onde o vou guardar
Eu tenho sonhos que não reconheço
E pesadelos que aprendi a amar
Eu tenho coragem de voltar ao começo
E desmotivação para de fato voltar
Eu tenho olhos que não enxergam
E os ouvidos recusam-se a escutar
Eu tenho dores que se exageram
E ódio de quem as quiser curar
Eu tenho rimas que não combinam
E alguns versos que vejo falhar
Eu tenho previsões que desanimam
E todo meu erro eu sinto assustar
Eu tenho cor na minha alma
E a vontade de poder gritar
Eu tenho um peso na minha calma
E às vezes não consigo acordar
Eu tenho aquilo que chamam segredo
E a plena vontade de o espalhar
Eu tenho acima de tudo o medo
E a convicção de que devo surtar
Eu tenho raiva daquele que grita
E pena de quem não sabe viver
Eu tenho ideia da fonte infinita
E ainda não sei como a escrever
Eu tenho as veias cheias de ferro
E não sei o que vai me vencer
Eu tenho o corpo fugindo do enterro
E a morte sabe onde o vou esconder
Eu tenho sonhos que não reconheço
E pesadelos que aprendi a colher
Eu tenho coragem de voltar ao começo
E desmotivação para de fato volver
Eu tenho olhos que não enxergam
E os ouvidos recusam-se a entender
Eu tenho dores que se exageram
E ódio de quem as quiser resolver
Eu tenho rimas que não combinam
E alguns versos que vejo esquecer
Eu tenho previsões que desanimam
E todo meu erro eu sinto engrandecer
Eu tenho cor na minha alma
E a vontade de poder enlouquecer
Eu tenho um peso na minha calma
E às vezes não consigo correr
Eu tenho aquilo que chamam segredo
E a plena vontade de o converter
Eu tenho acima de tudo o medo
E a convicção de que devo morrer
Eu tenho raiva daquele que grita
E pena de quem não sabe ouvir
Eu tenho ideia da fonte infinita
E ainda não sei como a destruir
Eu tenho as veias cheias de ferro
E não sei o que vai me exigir
Eu tenho o corpo fugindo do enterro
E a morte sabe onde o vou descobrir
Eu tenho sonhos que não reconheço
E pesadelos que aprendi a fingir
Eu tenho coragem de voltar ao começo
E desmotivação para de fato sumir
Eu tenho olhos que não enxergam
E os ouvidos recusam-se a iludir
Eu tenho dores que se exageram
E ódio de quem as quiser corrigir
Eu tenho rimas que não combinam
E alguns versos que vejo redimir
Eu tenho previsões que desanimam
E todo meu erro eu sinto repetir
Eu tenho cor na minha alma
E a vontade de poder fugir
Eu tenho um peso na minha calma
E às vezes não consigo dormir
Eu tenho aquilo que chamam segredo
E a plena vontade de o consumir
Eu tenho acima de tudo o medo
E a convicção de que devo sorrir