Grandinha demais

Sinto falta das sopas da mãe quando estava doente,

Sinto falta dos abraços calorosos aleatórios (não os recebo mais)

Sinto falta de bater o pé por não querer ir pra escola e ela só rir,

Sinto falta dela,

do toque terno de mãe,

dos beijos na bochecha que viravam lambidas,

Só para “irritar”

Dos beijinhos de nariz,

De fazer graça e ela rir por sermos crianças.

Agora sou eu, apenas eu.

Tomando decisões que ela não aprova

E a afastando,

Às vezes consciente,

Às vezes não.

Já me resta mais nada,

Não tem abraços,

Não limpam minhas lágrimas,

Nem beijam meus machucados.

É apenas eu.

Sozinha.

Como eu tanto ansiei, e tanto odiei.

Por minha conta.

Vivendo sem viver.

Sobrevivendo.

Ao menos se eu a odiasse…

Mas como haveria?

Ela não me liberta,

Por medo, pelo que sofreu.

Mas me ama,

Como nunca antes fora amada.

Brenda Meguerditchian
Enviado por Brenda Meguerditchian em 16/05/2023
Reeditado em 03/10/2023
Código do texto: T7789978
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