Grandinha demais
Sinto falta das sopas da mãe quando estava doente,
Sinto falta dos abraços calorosos aleatórios (não os recebo mais)
Sinto falta de bater o pé por não querer ir pra escola e ela só rir,
Sinto falta dela,
do toque terno de mãe,
dos beijos na bochecha que viravam lambidas,
Só para “irritar”
Dos beijinhos de nariz,
De fazer graça e ela rir por sermos crianças.
Agora sou eu, apenas eu.
Tomando decisões que ela não aprova
E a afastando,
Às vezes consciente,
Às vezes não.
Já me resta mais nada,
Não tem abraços,
Não limpam minhas lágrimas,
Nem beijam meus machucados.
É apenas eu.
Sozinha.
Como eu tanto ansiei, e tanto odiei.
Por minha conta.
Vivendo sem viver.
Sobrevivendo.
Ao menos se eu a odiasse…
Mas como haveria?
Ela não me liberta,
Por medo, pelo que sofreu.
Mas me ama,
Como nunca antes fora amada.