Única Cura

Ao longo do caminho,

Fui perdendo meus pedaços ...

Alguns foram doados,

Outros foram roubados

E há os que foram deixados para trás!

Será que de fato perdi?

Em verdade, não os quero mais!

Nenhum deles me faz falta !

A verdade aos olhos salta:

Eu os perdi, mas venci!

Porque novos pedaços nasceram

Mais fortes, mais intensos, mais belos...

Livrei-me das torturas, dos flagelos!

E as velhas culpas e medos morreram...

Encaixei os novos pedaços

Aos antigos que sobraram

E joguei fora os cacos dos cacos,

Que, por pouco, não me soterraram.

Sigo colhendo palavras

Como quem colhe flores...

Aqui e ali me furando nos espinhos

E revivendo antigas dores,

Que na alma deixaram marcas...

Como a linha no linho.

Mas... há sempre um novo dia...

E ... ainda que demore...

Há algo que em mim não morre:

A minha única cura... a Poesia!

Interação sensível do brilhante poeta Netokof:

Os pedaços que de mim

Foram um dia roubados

Voltaram amalgamados

Mas também descolados

Uni-os com a amálgama

Que cuidava ser mais forte

Mas foi como juntar

O vento sul e o vento norte

Nas asas da esperança

Voo sempre, dia a dia

Sem música nem dança

Apenas poesia...

Ane Rose
Enviado por Ane Rose em 15/05/2023
Reeditado em 16/05/2023
Código do texto: T7789007
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