PALAVRAS

 

Contemplo as palavras,

sinto a sua umidade,

seu vapor embriagante.

 

Recolho-as com cuidado

como flores delicadas

de um jardim sem fim.

 

Perscruto suas faces,

tão secretas em seus prismas,

tão expostas em seus ângulos.

 

Busco a melodia

que habita suas pétalas

para tentar uma canção possível.

 

Ajeito-as, enfim, no papel

como numa alfombra divinal

e me deleito em sabê-las minhas.

Otávio Coral
Enviado por Otávio Coral em 15/05/2023
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