Eu poeta II
Sou poeta
Meu corpo fala
[alto]
Estridente voz da alma
Que sem pausas, ofegante,
[brada]
Sobre o papel amarelado
Intimidado pela pena com que transcrevo
[incontível]
Sangrando sobre o papel palavras arranjadas
Do fundo de um coração
[fragmentado]
Como pode mão alguma ter tocado
E sucumbir assim
[“pobre coitado”]
É requisito pra poetizar ter sofrido
Ou se sofre voluntariamente para transbordar
[????]
É fato que todo poeta é deveras intenso no sentir
Ou sente tudo ou nada
[exacerbadamente]